Vi publicada uma foto minha no facebook, um tesourinho que a minha mãe desencantou do baú... que me fez recordar como eu era naquela idade.
Fez-me pensar ainda como a minha consciência estava naquele momento. Não sei precisar que idade tinha, acho que 15 ou 16 anos.
Mas o que divago é na capacidade de conseguir controlar a minha mente, os meus sentimentos, as minhas emoções, numa altura difícil como é a adolescência. Fiz isso de uma forma tão profunda que me convenci de que tudo o que eu sentia naquele momento era errado.
Pergunto-me muitas vezes como consegui isso...
Fácil, para mim foi fácil.
No entanto ficava nas escadas da escola e ver-me ao longe, no banco do átrio ali sentado, de perna cruzada, entre intervalos a conviver com a malta, a ouvi-los nas suas parvoeiras e conversas. Maior parte das vezes calado, com olhar vazio.
Não me recordo com detalhe quando passei a estar mais introspectivo, acho que estava apaixonado.
Rever aquela foto, foi rever-me naquelas escadas, e sentir que não era ali o meu lugar. Foi abrir a porta à saudade. Às memórias.
Por cliché, muitos dizem que não se deve olhar para o passado mas sim para o futuro. Eu faço isso, mas olho para o passado para perceber o meu presente e planear o meu futuro.
Hoje em dia, vez por outra, também fico à distancia a ver-me ao longe, mas não me vejo já a olhar para o vazio...
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