Acordo Ortográfico

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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Novo Blog, indeed...

Lamento, tentei… mas olho para uma folha em branco e a escrita já não flui no caminho do protesto, do escárnio ou da indignação da vida dos outros e da minha não menos vezes também.

Acho que escrever é tão bom quanto desabafar ao psicólogo… mesmo que escreva sobre o cabrão do maquinista de ontem por ter causado o caos no comboio, porque a greve que lhe assiste é o direito dele tirar o direito aos outros!

Hoje mais uma vez em que decido escrever no blog tenho vontade de deletar o texto todo e começar de novo, de clicar na cruz sem “save as”, puxar o cabo da tomada e ir. Passa um mês e as tentativas diárias têm um ritmo que explica como sou.

A vida é mais difícil especialmente quando se tem a noção de que nos foi dado a comer do fruto proibido, e que o bem e o mal ficaram tão claros para nós como evian.

Nada do que faço pode ser obducto, porque mora em mim. Sempre habitará… há quem consiga vomitar essa suposta maçã, mas mesmo que o declarem eu não acredito… no fim houve proteínas, nutrientes que se infiltraram nas nossas células e naquelas que só morrem no dia do enterro.

Escrever sobre o que me vai na cabeça e tão difícil que se torna um tormento. Dou por mim a querer ser quem não posso e a imaginar estar onde não consigo chegar.

Muitos falam em liberdade, e sobre o que a vida significa, e perco-me a imaginar como seria se eu me sentisse livre, realmente liberto.

Outrora falei que ser livre é um termo filosófico “…ser livre é fazer o que segue necessariamente da natureza do agente.” Spinosa. Mas a minha natureza obriga-me a fazer aquilo que não quero.

Como se sai deste modo!? Atitude, atitude, atitude…. Mas o que custa é a atitude que me envolve numa consciência travada por parênteses rectos… o que para uns parece simples não o é para outros e a consciência é uma coisa individual que não pode ser partilhada.

Continuo na procura de saber como se chega a dar o grito do Ipiranga, como se chega à emancipação própria e libertação dos complexos e dos compromissos, sentir-me completamente descomprometido, relaxado, descontraído… vejo que isso existe, mas eu sou como sou, sou a tradução da minha vida em pessoa ciente do bem e do mal cujo grito foi dado aquando da palmada do nascimento.

Resta-me olhar o para o futuro com uma perspectiva menos eterna percebendo que na realidade o melhor que há a fazer é ignorar toda a minha história criando uma nova… uma história que descreva o que sou de verdade.


A ajuda, divina ou não, tem de aparecer, eu vou esperar mais um pouco porque isto não pode ser eterno.

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